Manchas do Tempo
Postado por
Lívia
às
00:03
Apático foi a palavra que melhor descreveu a "sensação" da existência no dia de hoje. "Insensível a tudo" e "indiferente" são os significados dessa palavra. Foi como se o dia não possuísse gosto, como se faltasse tempero e cor. E dessa vez isso não foi ruim, pois nem ao menos a intensidade da tristeza se fez presente. Nenhuma música soou gostosa ou se comunicou comigo. Foi como se as sensações de euforia tivessem combinado todas de me abandonar. O pessimismo de Charles Bukowski fez todo o sentido e a melancolia da música "Hurt" de Johnny Cash foi a única revelação que pude sentir verdadeiramente na minha pele. De forma como nunca fiz antes considerei o lado bom das trevas. É como se eu finalmente aceitasse a realidade e me sentisse estranhamente em paz por descobri-la, mesmo que ela não seja exatamente o que eu sempre desejei. Talvez tudo isso seja o desconforto do estado de "não-paixão". Eu sempre ocupo minha mente com a memória do rosto, do jeito e do que aconteceu entre mim e o cara que eu estou apaixonada. Mas quando você constata que a paixão é sempre tão frívola e desvalorizada, resta mais uma vez encarar a realidade de que as coisas bonitas são sempre efêmeras e desmerecidas. O mundo é comandado pelos maus, pelos que pisam, pelos que não se importam. E até mesmo aqueles que proferem o bem, machucam cruelmente sem perceber. Se por um lado a minha vontade é realizar o meu desejo natural de escancarar a minha verdade (mesmo que ela seja estranha); por outro eu nem sei mais qual é a minha verdade. Se algumas semanas atrás eu diria tudo o que eu intensamente sinto e já não aguento em mim, hoje eu pareço não sentir mais nada daquilo que foi tão forte. E me dói saber que era bonito por ser a minha visão colorida e perfumada dos detalhes mais simples do viver de um semelhante. Hoje é fácil enxergar a nós como uma espécie desolada. Mesmo assim eu jamais aconselharia - nem mesmo à mim - a desesperança na vida, muito pelo contrário. O fato do pessimismo não me aterrorizar faz até brotar um sorriso sereno dentro de mim. É como se eu não tivesse mais medo daquilo que é visto como temível e impassível para todos. É um otimismo brotando do meio disso tudo me lembrando que momentos tão obscuros existem e mesmo assim não são fortes o suficiente para extinguirem a felicidade.
Apático foi a palavra que melhor descreveu a "sensação" da existência no dia de hoje. "Insensível a tudo" e "indiferente" são os significados dessa palavra. Foi como se o dia não possuísse gosto, como se faltasse tempero e cor. E dessa vez isso não foi ruim, pois nem ao menos a intensidade da tristeza se fez presente. Nenhuma música soou gostosa ou se comunicou comigo. Foi como se as sensações de euforia tivessem combinado todas de me abandonar. O pessimismo de Charles Bukowski fez todo o sentido e a melancolia da música "Hurt" de Johnny Cash foi a única revelação que pude sentir verdadeiramente na minha pele. De forma como nunca fiz antes considerei o lado bom das trevas. É como se eu finalmente aceitasse a realidade e me sentisse estranhamente em paz por descobri-la, mesmo que ela não seja exatamente o que eu sempre desejei. Talvez tudo isso seja o desconforto do estado de "não-paixão". Eu sempre ocupo minha mente com a memória do rosto, do jeito e do que aconteceu entre mim e o cara que eu estou apaixonada. Mas quando você constata que a paixão é sempre tão frívola e desvalorizada, resta mais uma vez encarar a realidade de que as coisas bonitas são sempre efêmeras e desmerecidas. O mundo é comandado pelos maus, pelos que pisam, pelos que não se importam. E até mesmo aqueles que proferem o bem, machucam cruelmente sem perceber. Se por um lado a minha vontade é realizar o meu desejo natural de escancarar a minha verdade (mesmo que ela seja estranha); por outro eu nem sei mais qual é a minha verdade. Se algumas semanas atrás eu diria tudo o que eu intensamente sinto e já não aguento em mim, hoje eu pareço não sentir mais nada daquilo que foi tão forte. E me dói saber que era bonito por ser a minha visão colorida e perfumada dos detalhes mais simples do viver de um semelhante. Hoje é fácil enxergar a nós como uma espécie desolada. Mesmo assim eu jamais aconselharia - nem mesmo à mim - a desesperança na vida, muito pelo contrário. O fato do pessimismo não me aterrorizar faz até brotar um sorriso sereno dentro de mim. É como se eu não tivesse mais medo daquilo que é visto como temível e impassível para todos. É um otimismo brotando do meio disso tudo me lembrando que momentos tão obscuros existem e mesmo assim não são fortes o suficiente para extinguirem a felicidade.
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É estranho como a paixão vai tão repentinamente quanto chega. A gente acha que nunca vai se curar totalmente (e talvez isso seja verdade, acho que todos os que passam pela nossa vida deixam sua marca, essa que é pra sempre), mas então a vida simplesmente volta a acontecer. Resignação, eu diria. Como se aceitássemos e conseguíssemos viver bem conosco. Sem fantasias, só vivendo.
ResponderExcluirE que bom que você não se tornou pessimista, porque ainda vamos quebrar a cara mais umas milhões de vezes rs.
Beijos.