O tempo passou e levou um pouco da intensidade. A poeira baixou e agora eu não faço tanto alarde. Já percebi tudo que não sou para você. Já senti raiva e tristeza por isso. O engraçado é que, de qualquer forma, eu não sinto vontade de esquecer ou dar um basta, sinto vontade até que saiba daquilo que um dia ocorreu em mim. Me soa como uma relíquia do passado, um vaso antigo, que pode até ter perdido sua utilidade, mas ainda guarda seu valor. Eu até que gostaria que você soubesse do quanto um dia foi profundo; tão fundo a ponto de mexer nas minhas vísceras, passear por dentro de mim. Do quanto foi minucioso meu olhar voltado para ti e o quanto de admiração ele colheu. Que soubesse das noites que escrevi pensamentos à você e de como isso me trazia certa paz. Das vezes que te imaginei comigo, que te quis feliz mesmo que distante, sobretudo salvo das coisas que me dão mais medo. Daquilo que ignorei por afirmar a mim mesma ser bobo e exagerado, mas que no fundo me incomodavam estranhamente. Que soubesse da época em que eu planejava cada passo como se você estivesse olhando e quando busquei alçar a mim mesma só para que você pudesse ver. (Bobagem). Agora, pois bem, eu acho que passou. A vontade intransigente da tua presença, a espera prazerosa e agoniante pela tua resposta, a parte idiota da paixão... Consigo te ver um pouco mais humano, com as limitações e defeitos dessa condição, teus momentos de hipocrisia, teu uso da razão. Mas de fato eu não gostaria que fosse perdido tudo o que eu senti. Foi bonito e teve a ver com você. Foi precipitado, talvez exagerado, desastrado e quem sabe infantil, porém inegavelmente verdadeiro. E sendo verdadeiro, ah rapaz, para mim conta e eu vou lembrar com prazer para o resto da minha vida.
Texto feito hoje no meu caderno e redigido aqui com algumas alterações.
Tu escreve com leveza.. Isso me prende nas tuas palavras.
ResponderExcluirPS: Esse teu texto me inspirou. Obrigada :D
Você traduziu tudo que eu passei e senti, sem tirar nem pôr. A época em que eu agia bobamente por causa da paixão; e finalmente, quando tudo em mim sossegou,e pude, como você disse, "ver um pouco mais humano, com as limitações e defeitos dessa condição". Nossa, perfeito. Um dos melhores textos que já li na blogosfera. =)
ResponderExcluirBeeijos!
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